Ontem saí à hora do almoço com um amigo (chamemos-lhe Pedro) para ir a casa dum amigo (um palhaço, que chamemos João!), ou melhor, a casa de sua moça, e conhecer o gato deles, que tem cerca de um mês. Chegámos e tocámos à porta. Ouço um VUSHHHHHH atrás da porta. "Mau... Que merda é esta?", penso eu.
O meu amigo e sua respectiva abrem a porta, e eu vejo um vulto preto a passar a uma velocidade alucinante para fora do meu alcance. Mal passo a ombreira porta, salta-me um autêntico leopardo ao pescoço! Rasga-me da laringe à faringe e eu fico ali a sangrar e a estrebuchar no chão... Era um autêntico leopardo! Matreiro e silencioso... Chamado Ninja!
Bem, na realidade, mal o gato ouviu a minha voz, fugiu a correr para debaixo da cama (não sei porquê!), para uma zona onde ninguém o apanhava. Pensei eu: "Cabrão do gato, vim eu aqui aturar esta gente que não gramo nada, como boa animal lover que sou, e o cabrão foge a sete pés... Deixa-me apanhar-te que já vês como elas te mordem!". Devo acrescentar que o gato é negro como o carvão e tem uns olhos amarelados lindos. Se fosse meu, chamava-o 50 cent, but that's just me.
Vamos então para a cozinha, onde o meu caro amigo estava a cozinhar um prato chinês. Perdão, acho que era coreano... Meus caros... Que mania é esta agora de cozinha oriental? Primeiro vem a outra gaja com o sushi (que não gramo nada...), e depois vem-me este com pratos coreanos, e o camandro. Mas o que é feito da dobrada? Das moelas! Da feijoada e do cozido! Do bom do bacalhau que pode ser feito de milhares de maneiras? Da boa da salsicha enrolada em couve lombardo e do bom ensopado de borrego?
Enfim, lá tive eu que gramar com comida feita num wok (ou lá como se escreve!). Quando aquilo FINALMENTE estava pronto (já estava eu e o Pedrovsky a salivar de fome, nem comento), sentámos e comemos. Com o meu melhor sorriso amarelo, disse que aquilo estava muito bom. E para não duvidarem da minha mentirosa sinceridade, até comi uma segunda vez!
Mentira mentira! Estava muito bom! E bem saboroso! Melhor que num restaurante! (Sou convincente ou não? A outra gaja ainda pensa que eu gosto mesmo de sushi! Sou mesmo boa!).
Depois de comer e tratar de tudo, tentámos apanhar o gato, com facas, garfos, espigões... E finalmente apanharam-no, ao que eu lhe dei umas valentes caroladas e disse: "Meu lindo! Vem à tia, vem!", do tipo tia irritante que quando nos vê aperta as bochechas com uma força descomunal que parece que está a espremer uma borbulha, ou que nos cumprimenta a dar chapadas... Na realidade, dei-lhe umas festas e pronto, não chateei mais o bichano que quase se mijava pelas patas abaixo de medo!
Decidimos então ir dar um passeio pela zona Sesimbrense (nome fictício, inventado por mim, para não identificar a zona para onde efectivamente fomos). O tempo estava lindo, não nevou nem nada (se ouço falar mais em neve, eu parto os cornos a alguém...), e nem estava muito vento. Tass, como diria a outra! (Sangram os meus ouvidos com tal assassínio à lingua de Camões!)
Cruzámos com um moço que tinha um Rotweiller bébé, ao que fiz logo uma festa ao bichano e também ao cão. Mentira... Dei uma festa ao cão e pisquei o olho ao dono! Ele discretamente passou-me o número de telefone, assim como quem não quer a coisa, porque a namorada dele estava a olhar, com a sua labradora bébé preta.
Quando chegámos ao início do pontão, passa por mim um esgróviado dum boxer. Chamo a besta do cão que não me liga peva, e então passa por mim um dos donos com um amigo. Ora bem: eu pisco o olho... Eu mostro a perna... Eu abro o kispo tipo flasher... Nada. Deduzi: são casal gay! Também com um cão daqueles, que não me liga peva, não me espanta... Paspalho do cão! Paspalho do gajo!
Mais adiante, encontrámos mais casais com cachorros. Ora bem. O que se passa? Mas só se vêem casais com cães? Eu que adoro os cães dos homens e também adoro cães, n'a pas? Mas que fiz eu? Mas qu'é qu'eu fiz?
Por fim também nos cruzámos com o treino da procissão abrasileirada carnavalesca. Já passei um Carnaval em Sesimbra. É bonito ver as moças descascadas com um frio de rachar. É bonito ver a tradição portuguesa chacinada e assassinada pela brasileira que é comemorada num clima completamente diferente do nosso. Sempre apoiei copiar o que é bom, mas copiar o que não é... Não lhe vejo grande objectivo.
Por fim, finalizámos o dia com um passeio no castelo, que aconcelho vivamente a ir visitar. Tem uma vista fabulosa! E se tiverem um pouco de sorte, apanham um casal no hanky panky num arbusto perto e poupam assim o dinheiro do aluguer de um filme porno! E já agora parem no bar e bebam um chocolate quente, que com o friozinho que estava, soube que nem ginjas!
E assim se passou um sábado, sem antes dizer que até no castelo havia uma catrefada de cães!