quinta-feira, setembro 28, 2006

Sabiam que…

… O som das facadas na cena do assassinato no chuveiro do filme Psycho, de Alfred Hitchcock, na realidade é o som de um melão sendo esfaqueado? E que o sangue desta mesma cena é, na verdade, calda de chocolate?




Hmmm.
Realmente eu não entendia porquê, mas durante aquela cena, dava-me sempre assim uma certa fomeca…

quarta-feira, setembro 27, 2006

Há momentos que não deviam durar tão pouco.
Que mereciam ter loop.
Momentos que deveriam poder ser vividos novamente,
em qualquer altura.



O concerto de ontem. Os seus violinos, violoncelos e violões...
Todos os instrumentos em perfeita harmonia com o maravilhoso som que deles sai.
Ouvir a Estate de Vivaldi ao vivo, e fechar os olhos de prazer.
Por momentos, esquecer tudo o que é ruim no Mundo,
e deliciar-se com cada nota, tempo, batida e movimento.
Ouvir o som de Albinoni e arrepiar-se... e de repente, silenciosamente, deixar escorrer uma lágrima no meio de um harpejo celestial.

A noite de anteontem. Os corpos, sentidos e emoções...
Sentir a pele quente de quem adoras ao teu lado, enquanto sossegadamente ele adormece.
Encostares a tua boca e nariz ao pescoço dele para absorveres o seu cheiro.
Sussurrar ao ouvido algo que não consegues mais conter e vê-lo a sorrir de volta.
Ouvir segredos e arrepiar-se... e de repente, silenciosamente, deixar escorrer uma lágrima no meio de uma noite celestial.

Pergunto-me se estes momentos tornam-se mais especiais por serem singulares, por serem intensamente privados. Por serem fortuitos, ou por serem partilhados com alguém especialmente único.
Será que também por não durarem tanto, por não se poder recorrer a um efeito irreal de duplicação, não ganharão mais importância, e por consequência os apreciamos mais?

domingo, setembro 24, 2006

Já há muito que não tínhamos actualizado a rubrica:
Masturbação Visual Semanal
Falta de tempo. Falta de paciência. Falta de gajos... hein?
Pois bem... para grandes males...


... grandes remédios. Ui. E que remédio.

Para @s masoquistas que querem mesmo sofrer (dor, prazer, vai dar tudo ao mesmo) existe esta opção (que vale a pena clicar):
Me clica vai!

sexta-feira, setembro 22, 2006


vamoslábebertodosjuntinhosparaqueasemanaacaberapido
finalmentequeestafoiparaesquecerechorarmeusamigos!!


E VENHA DOMINGO PORRA!

(e eu que não digo palavrões... tsss...)


A vida sorri sempre.


Sim, de facto a vida sorri sempre. Porque? Porque:

- Precisamente no dia em que tenho uma inauguracao do predio onde vou trabalhar durante tres anos, com pessoas importantes (industriais, academicos e ate uma pessoa da realeza que ainda nao descobri quem e), aparece-me uma borbulha nojenta, mas nojenta na bochecha.
- Precisamente no dia em que tenho uma inauguracao do predio onde vou trabalhar durante tres anos, com pessoas importantes (industriais, academicos e ate uma pessoa da realeza que ainda nao descobri quem e), estou com gases horrorosos daqueles mostarda que eram usados na I Guerra Mundial. Nao sei se sera dos nervos...
- O tempo esta constantemente a mudar: se visto muita roupa faz um calor de merda. Se levo pouca roupa faz um frio de morte. Nao ha meios termos...
- Nao tenho acentos nem c cedilhas nesta merda desta terra.

Sim, eu sei... Estou-me a queixar, quando:

- Quase todos os dias vejo pelo menos um homem de kilt. Quer faca sol, quer faca chuva.
- Quase todos os dias vejo ou um coelho, ou um ratinho, ou um esquilo ou uma pega (passaro, nao das outras... Por acaso ainda nao vi nenhuma).
- Quase todos os dias vejo alguem fora do comum na rua ( no outro dia vi uma gaja com tantos piercings na cara que nao consegui islumbrar nem um pouco de pele dela).
- Todos os dias ouco escoces arrevezado, de que gosto tanto (e que me levou meses a entender).
- Todos os dias ouco linguas estrangeiras, e.g. espanhol, italiano, russo, grego, frances, etc... So me falta encontrar mais portugueses...

Pronto, eu vou parar de me queixar...

quarta-feira, setembro 20, 2006

Não queria tocar no assunto, mas ele já foi tocado, pisado e amolgado... portanto mais vale:

Hoje é o primeiro dia que aqui escrevo.

Irónico, mas sobretudo esquisito, que seja no próprio dia que se confirmou o que há muito sabíamos que ia acontecer.
Sempre tive um mecanismo de auto-prevenção para não me magoar com as coisas. Há um mês que sentimos que não íamos ser contratadas ao finalizar o estágio. Sabíamos disso. Pensamos nisso. Falamos sobretudo muito nisso. O que podemos fazer para mudar isso? O que faríamos se...? E se? Mas e se afinal? O que é facto, é que no final do dia, quando deitada a olhar para o tecto contemplava as várias possibilidades do meu futuro mais próximo, o meu mecanismo entrava em acção. Não me conseguia iludir que poderia haver hipótese de ficar. Não conseguia imaginar que algo podia mudar para positivo. Porquê mecanismo de auto-prevenção? Porque ao pensar isto, estou a cushion the blow. Estou a prevenir a dor que é ouvir “Não vai dar...”.

Estou hoje aqui, à frente ao mac da agência, e estou-me a aperceber que nada na minha prevenção preveniu o que estou a sentir. Acho sobretudo que nada na minha prevenção vai amortecer o vazio de quando no final do mês desligar pela última vez o word, o mail, o computador e estes três meses aqui passados.

Mais uma etapa passada. Mais uma etapa que se apresenta. O nick da Filipa diz “Mudança é disso que a vida é feita” e a mim apetece-me dizer: Ainda bem. A mudança ajuda a criar, a crescer, a evoluir. A mudança é um sinal de que há vida, potencial e possibilidades. Apetece-me dizer que isto há-de ser assim a nossa vida inteira, mas que no final nos habituamos à ideia. Mas a verdade é que hoje, não acredito muito nisso. Mas se calhar estou só a prevenir qualquer coisa cá dentro. Não sei.

Acho que vou pensar nisso amanhã.
Quando o vento terá finalmente levado tudo.


Shoogirl in another blog

Quantos de nós já viu a carola deste excelentíssimo senhor na TV. Alguns, ouvi dizer, até tiveram a sorte de o ver de pessoa, e de poder admirar o belo do penteado que ele exibe orgulhosamente. Ahhh Paulo Bento... qual cabelinho à “foda-se”, isto sim é um penteado à homem! Um verdadeiro homenzinho!



E agora, um breve intervalo de publicidade:

Cabelinho à Paulo Bento


Bem vindos ao "Cabelinho à Paulo Bento". O blog que não é do Sporting nem do Benfica. Não é do Norte nem do Sul. Não é de esquerda nem de direita, fica no meio como o risco do penteado.
Mais do que uma singela homenagem, este blog pretende ser uma ruptura epistemológica com as franjas, as poupas, as moicanas e tudo o que leva mais de 45 segundos a pentear. Desde o Limahl que ninguém tinha a coragem de assumir um risco ao meio e ele fê-lo, com bravura, muito rigor táctico e em total colisão com os cânones do bom gosto.
Para ti Paulo, meu querido, um grande bem haja!


GLO-RIOSO Blog. Porcotte, bora aceitar o desafio? Bora desafiar todos e assumir o risco?

segunda-feira, setembro 18, 2006

Está a chegar o Outono, e isso afecta o meu estado de humor (mas também, o que é que não afecta o meu estado de humor?). Este ano decidi pôr fim a isto.
Vou migrar, para aqui:


E m'a nada.

sexta-feira, setembro 15, 2006

Voltei a ver, e não resisti:



Silver Lion, Cannes 1998
TBWA

quinta-feira, setembro 14, 2006

Ultimamente, devido a uma coisa, outra e ainda aquela tal, não tenho conseguido ir ao cinema. Quando isto acontece, o melhor remédio é comprar uns dvds, sacar uns filmes (senhores da bófia, deslarguem-me, é um dos meus poucos prazeres ultimamente... vão prender ladrões a sério!), e por-se ali no bem bom a vê-lo no total relaxamento do final do dia.
Como perdi uma data de filmes no cinema, e que aliás à partida nem iria ver ao cinema (porque uma coisa é ver um graaaande filme, outra é ver chick-flicks), lá saquei 3 que achei que iria gostar...


Oh... meu... Deus.


Começo eu a ver o Rumor Has It. Ok, ah... hum... tchi olha, a Shirley McLain... o gajo (yummi) e tal... Supostamente deveria ser a história, quase sequela, da filha da mulher principal do The Graduate (a Miss Robinson, por assim falar... sendo a Mrs a mãe dela). Que. Bosta. É absurdo. É ridículo. É pouco engraçado (sem ser uma ou duas cenas que me ri, mas que não posso contar porque se algum coitado ler isto por acaso até lhe estrago essa parte...), e é mal feito. Aspecto positivo: o gajo - o vestido preto da Jennifer Aniston numa cena, que tenho de arranajar - a Shirley McLain que adoro sempre (mesmo em papeis ridículos como este).

Desiludida com o meu primeiro filme, lá vou eu uns tempos a seguir, toda contente, sacar o Must Love Dogs. Pensei assim: um filme com o Cusack, ela que até é bacanita e cães, deve ter graça. Não tem graça. Tem, mais uma vez, um ou duas cenas que me caguei a rir (neste há mais que no primeiro), mas... mas... não sei, falta tudo. Falta química, tema, desenrolar... Enfim, antecipei o filme todo, e odeio quando isso acontece e nem sequer me faz divertir. Aspecto positivo: o gajo - o cão – o Christopher Plummer (que como a Shirley, pode até recitar as páginas amarelas e eu fico ali a observá-lo IN AW...), e mais nada.

Depois destes fracassos, deixei passar mais um pouco de tempo. Entretanto, a cara amiga Porcotte Pink tinha-me falado de uma tal cena (que não vou revelar, porque acentuaria a sua badalhoquice já muito reputada) de um filme que andava à tomates para ver: o Prime. Meryl Streep, Uma Thurman, gajo muito bom... promete. Ela toda carreira, toda fashion, mulher que poderíamos ser nós um dia. Ele, todo miúdo, mas homem, e querido e artista, e dooooce... puff... não é que foi outra desilusão. Damn. Aspecto positivo: Momentos giros entre eles - ambiente boa onda - casa dela linda - casting bom (Meryl Streep, como Shirley e Christopher...). Filme da treta. Nem sequer me deu aquele calorzinho de final de filme, em que se sonha um pouco. Pensei: I’m swearing off chick-flicks for a while...

MAS, de repente um dia, vou para a sala e diz a voz da mulher do sky: "...and now, the 9 o’clock premiere of 50 First Dates".


Colei-me no sofá e não larguei. Nos primeiros 10 minutos olhei para o lado e pensei Tirem-me daqui... Depois aquilo foi ganhando balanço: Hawaii, animais aquáticos, reggae, um spin (absurdo) engraçado, ele que me faz rir e rir e rir... Fiquei ali colada o filme todo.
Não, não é uma obra de arte, longe disso. É um filmezinho e é absurdo. Mas sem grandes pretensões é mais engraçado e doce do que o raio dos outros três filmes que tinha visto nos meses passados. Ele, não é lindo como eles, mas é uma personagem tão mais real e bonita. E no meio disto tudo, ri-me tanto, mas tanto, foi remédio santo.
Para finalizar, o filme tem uma das frases mais gloriosas de todos os tempos, que vem de um ser nojento que a um certo ponto diz com a maior das convicções: “I guess I prefer sausage to taco”.
Glorioso.

Afinal, um em cada 4 destes filmezecos, até vale a pena ver... quem diria!


Mais umas semanas passaram nesta terra humida e molhada… Raios partam que dou em louca…
Fui eu dizer que isto era um zoologico, cheio de coelhinhos e esquilos, e corvos e pegas na rua… O pior sao os ratinhos nas casinhas…
Porcotte levanta-se de manha, meia ensonada e ramelosa, o tempo meio escuro… Dirige-se a cozinha… Um mini-vulto move-se pelo chao…
“Dass, so me faltava mais esta… Agora ha ratos em casa!”
Chego a universidade, conto o ocorrido e nada de espanto na cara dos outros. “E normal, todas as casas em Edimburgo tem ratos, porque sao velhas. Mas sao pequenos. Sao tao queridos! As vezes ate lhes dou de comer!”
“Tirem-me deste manicomio…”, penso eu.
No outro dia, estava eu deitada na cama e olho pela janela. No predio oposto estava um Pombo numa janela, a bicar, a bicar. Cinco minutos depois, vejo uma mao pela janela entre-aberta, a por qualquer coisa no balcao da janela. A mao quase que toca no Pombo. O Pombo nem foge. Nada. Apenas comeca a debicar desenfreadamente no que a mao la tinha posto.


O blog, está triste.
O blog, está solitário.
O blog, sente-se abandonado.
Sendo assim, o blog decidiu cantar uma cançãozinha para a sua mãe desnaturada, que o deixou à mercê da gaja foleira dos sapatos de saltos altos:

Cagalhão sem cheiro
Duche sem chuveiro
Sou eu assim sem você...

Posts sem piada
Dias sem palhaçada
Sou eu assim sem você...

Porque que é que tem que ser assim?
Se com wireless tens net até no jardim?

Eu quero posts a todo instante
Ou só um, mas hilariante
Diz que vais postar, sim?


Porcotte, como vês, a situação é drástica.
Se tens amor ao teu filhote, escreve! Escreve Porcotte, escreve como se não houvesse amanhããã!

terça-feira, setembro 12, 2006


Ah e tal, acho que vou ver o meu horóscopo, só naquela...
google-> clix-> horóscopo...

Tem trabalhado tanto nos últimos tempos que merece uma recompensa. Que tal uma viagem a um lugar exótico?

AHAHAHAHAHAHAH LINDO!... GLORIOSO!
ATÉ O HORÓSCOPO GOZA COMIGO AGORA... PERFEITO!

Tá feito, vou já marcar a minha viagem para as Caraíbas!

segunda-feira, setembro 11, 2006


11 de Setembro de 1609...

... foi descoberta a ilha de Manhattan pelo navegador inglês Henry Hudson, ao serviço da Companhia Holandesa das Índias Ocidentais.

Hmm... interessante.

sexta-feira, setembro 08, 2006


Se isto continuar... amanhã, ninguém me apanha!
Muuuuaaahahahahahahah!


Para quebrar com os meus posts deprimentes (sim, porque convenhamos que têm andado um pouco para o “matem-me, matem-me já”, eu sei, mea culpa), aqui vai! Estou feliiiiiiiz (tanto tanto não, mas fica bem dizer) porque... essencialmente é:

É Sexta-feira!


Esquece por um momento os stresses da semana, o trânsito, o ruído, o mau humor... Pensa que o gajo que te ligou pouco afinal depois até se redimiu, o patrão que gozou contigo continua a ser porreiro, o trabalho que estagnou depois deu a volta por cima, o tempo que estava a piorar agora é propício a praia e passeios, e o corpo que parecia cansado agora está a revigorar... Ahhhhh...

É Sexta-feira!

(tão booooooom!)

quinta-feira, setembro 07, 2006

Tinha apagado o post, e depois pensei: bom, mas todos sabem que há momentos (aos quais o meu pai se refere como "momentary lapses of reason") em que exageramos as coisas... portanto voltei a postá-lo. Exageração ou não, ele foi pensado e foi escrito por algum motivo, por isso cá fica.


- Harry, look. Here's the problem. I really like you.

- I really like you.

- Yeah, but I "love you" like you. I do. I love you.

- I think we should consider... maybe we're getting ahead of ourselves.

- Do you?

- Yeah.

- I am like the dumb girl who doesn't get it. I've never been the dumb girl before. It ain't great.

- Let's just calm down. I had these plans before I even met you. I mean, I do like seeing you. I do.

- Yeah.

- I'm always surprised by it.

- Surprised by it. What was I thinking?

- I have never lied to you. I have always told you some version of the truth.

- The truth doesn't have versions, okay?

- Will you cut me a little slack? My life has been turned upside down.

- Mine too!

- Well, then let's just each get our bearings.

- I don't want my bearings. I've had my bearings my whole goddamn life. I felt something with you that I never really knew existed. Do you know what that's like, after a year marriage... to feel something for another person that is so...? That... Right. Right. Not your problem. God. Do you know that I've written this, but I never... really got it. Do you know what this is?

- No.

- This is heartbroken. How's that for impervious?

- You're killing me.

- I just wish that it had lasted more than a week.

- Me too.

- That is a terrible thing to say. You know, the life I had before you... I knew how to do that. I could do that forever. But now look at me. What am I gonna do? What am I gonna do with all this?
Taxi!


É que acontece sempre uma vez na vida em que somos as "dumb girl who don't get it".
Por vezes a culpa é nossa. Por vezes a culpa é deles.
Facto é que eu, como a Erica Barry, hoje sinto-me um pouco a miúda burra... e de facto, it ain't that great.
Mas, a minha postura ZEN, que decidi adoptar (porque o sistema Anémona falhou à grande), faz-me achar que estou a ser exagerada e paranóica. Portanto, pensamento positivo.
"O meu pensamento de hoje, pode afectar o meu amanhã..." (mas alguém acredita mesmo nestas merdas?)

quarta-feira, setembro 06, 2006


Masoquismo é cantarolar letras como “And so it is... just like you said it would be...”.
Masoquismo é eu ouvir o Cânon de Pachelbel em guitarra, no loop, a noite toda.
Masoquismo é pôr 9 espelhos no quarto quando se está num estado deplorável de auto-estima.
Masoquismo é teres um espelho com lupa para veres o estrago da tua pele aos 27 anos.
Masoquismo é perguntar “como estás?” a alguém que é depressivo.
Masoquismo é ir ver os preços dos bilhetes aéreos para Milão, Paris, Nova Iorque e Bora-Bora.
Masoquismo é ir ver os preços do que quer que seja.
Masoquismo é ver o Moulin Rouge bêbada.
Masoquismo é ver a Floribella e os Morangos com Açúcar sóbria.
Masoquismo é decidir andar para desanuviar e atravessar o Parque Eduardo VII sozinha.
Masoquismo é desanuviar à frente de um computador.
Masoquismo é deixar o Messenger ligado porque tens de ir ver, e rever, se alguém em particular se liga.
Masoquismo é pensares o que teria acontecido “se”.
Masoquismo é quereres saber os detalhes de uma história linda, que não é a tua... quando a tua é tudo menos linda.
Masoquismo é ir jantar a um restaurante romântico, com alguém que não é quem gostarias de ter ao lado.
Masoquismo é deixar-se apaixonar por um homem que te confessou fugir do amor.

Masoquismo é queixar-se da vida que se tem, e não a mudar.

segunda-feira, setembro 04, 2006

O dia mais glorioso de sempre...

Sabado levanto-me, e preparo-me para uma ida a Glasgow ter com amigos (Shoo, esta caladinha).
Chego a estacao de comboios e compro um bilhete de ida e volta, que me custou os olhos da cara, o cu e tres tostoes... Tiro o bilhete e dirijo-me para o comboio. Confusao em encontrar a porcaria da plataforma, mas foi so uma questao de seguir certos e determinados individuos que passo a descrever de seguida...
Na estacao so se viam homens de kilts... So... E porque? Porque ia haver o jogo Escocia vs Ilhas Faroe que a je aqui foi assistir... AH POIS E!
No comboio, chega o revisor e vejo que toda a gente tinha dois bilhetes... Panico... Porcotte olha para o bilhete e ve escrito: This is a two part ticket.
Moral da historia: sao precisos dois bilhetes e eu tinha deixado o bilhete de volta na puta da maquina. "Puta de vida dum camandro", penso eu para comigo... "Nunca mais cometes o mesmo erro outra vez... Puta de vida"
Chego a estacao e um amigo estava a minha espera. De kilt... No meio de outros milhares de homens de kilt! Porcotte comeca a arfar, porque nunca viu tanta perna jeitosa junta ao mesmo tempo...
O dia decorre bem, o grupo e grande, e todos eles de kilt... Porcotte in heaven...
A parte gira e que de facto nao usam cuecas por baixo (juro que nao confirmei, apenas acreditei no que me diziam), porque de vez em quando la se esqueciam que nao as tinhas e abriam demais as pernas... "Porcotte amiga, olha onde te foste meter"...
O jogo nao foi dos melhores, para quem esta obviamente habituado a futebol portugues (afinal ficamos em 4 no Mundial), e eles ganharam 6-0...
Ia ficando surda, porque para alem das incessantes cantorias, cornetas e berros, ainda tive direito a fas com gaitas de foles... Absolutamente inacreditavel... E teem umas quatro ou cinco musicas que definitivamente tenho que aprender...
A saida foi confusa, cheia de escoceses a cantar, ja meios tocados, contentissimos. Paragem imprescindivel num pub, onde estava a dar o Inglaterra- Andorra, e pelo qual eles torciam ferozmente pelos andorrienses (como raio se diz isto?). Se bem que os ingleses estavam a ganhar 5-0... Temos pena.
Ao fim do dia, toca a voltar de comboio... A puta do bilhete custa-me o mesmo que o de ida e volta... O comboio estava a abarrotar de homens de kilt ja completamente tocados, mas inofensivos. Apenas cantavam e berravam e diziam asneiras.
Chego ao quarto, xixi... Cama...
E sonhos com homens de kilt...

sábado, setembro 02, 2006

“Então o que é que vais fazer logo à noite se não fores sair? Vá, diz-me lá...” disse ela, com aquela cara que ela faz quando me quer picar de propósito. Não respondi, e sorri.

Cheguei a casa cedo.
Sabe tão bem ver que as lojas ainda estão abertas, que ainda podes ir comprar qualquer coisa (se ainda tiveres um pouco de dinheiro na conta que está a abrigar uma família de traças). Sabe tão bem saber que ainda falta bastante para a hora do jantar (mel...), ou mesmo para ir dormir (mel...) e que no dia seguinte: é Sábado (mel... mel... mel... mel...). Sabe tão bem.

Decidi ir finalmente comprar um creme para a cara que me satisfizesse. Parece um acto piroso, ridículo, ou até mesmo fútil, mas para quem tem pele mista, com tendência para criar uma colónia de borbulhas, é um acto indispensável.
Depois de ver, sem exagero, 10 tipos de cremes diferentes, tive de dar ouvidos a uma senhora da loja, que me falou de como: é essencial proteger a pele do sol (sobretudo a sua menina, que tem tendência para manchas e para borbulhas) e que é já boa ideia prevenir as rugas (ok, matem-me agora, já, neste momento). Senti-me um pouco rebaixada, afinal de contas resolver o problema da minha pele, não é como resolver os questionários da esfinge! E senti-me um pouco mais pobre depois de ter largado ali uma generosa quantia de dinheiro para um (maldito) creme. Racionalizei que afinal de contas, mereço (assim, muito na onda da L’Oreal because you’re worth it).

Volto a casa. Ainda é cedo. Que glorioso... É que vou já meter-me numa banheira. Hmmm é tão isso que quero agora!
Toca pôr água a escorrer e as bolhas e espuma a crescer. Cantarolar pela casa. Preparar um copito de álcool num copo alto. Dançar pela casa. Mexer na água, ver aquela espuma branquinha e cheirosa a crescer... ok, já está pronta.
Esperei por um momento de relaxamento tal a semana toda, e foi perfeito. Fechei os olhos e agradeci a mim mesma aquele momento de silêncio. Água quente, copo fresco, mente vazia, sorriso nos lábios.

Depois daquela doce moleza que dá a seguir a um bom banho, vestir algo fresco (e branco)... perfeito. Jantar comida boa... perfeito. Ver na televisão um episódio de Sexo e a Cidade que já viste mil vezes, mas com o qual te identificas cada vez mais... perfeito. Sentar-te na varanda, a sentir e arrepiar-te com o ar fresco na pele, olhando para a lua com forma de sorriso de Cheshire Cat...perfeito. Mimar um pouco a cadela, que me traz o brinquedo mais mal cheiroso do planeta, apoia o focinho na minha perna enquanto lhe falo e faço festinhas... perfeito... perfeito... perfeito.
Volto para o quarto e dou graças ao ar condicionado. Fora pode estar fresco, mas as casas ainda estão em ebulição.

Faltavam duas coisas para completar o final de dia perfeito, uma delas resolúvel, outra... não. Fui buscar o dvd e pensei és louca, ver isto agora é como cortar as veias, depravar-te de oxigénio, afogar em lágrimas e morrer devagarinho...

Não. Pensei que era exactamente o oposto. There was a boy... canta Toulouse Lautrec a very strange, enchanted boy arrepio-me, e vejo-me a antecipar cada deixa this he said to me... ai, ai, ai, aí vem a frase que mais amo deste filme, a sua essência e o motivo pelo qual precisava tanto de o ver hoje, agora the greatest thing you’ll ever learn, is just to love, and be loved in return.


É assim que começa Moulin Rouge!. Quando a maravilhosa voz de Ewan McGregor pronuncia as seguintes palavras “The Moulin Rouge . . . a nightclub, the dance hall of the bordello”. Quando Baz Luhrmann nos encadeia com cores saturadas, coreografias, sexo e, quem diria, amor. O auge da vida boémia e dos seus quatro princípios Truth, Beauty, Freedom and Love. Foi um bafo de oxigénio. Foi uma endovenosa de romantismo.


Days turned into weeks, weeks turned into months and then, one not-so-very-special day, I went to my typewriter, I sat down, and I wrote our story. A story about a time. A story about a place. A story about the people. But above all things a story about love. A love that will live forvever. The End.
The greatest thing you'll ever learn is just to love in return......



Desliguei o portátil. Desliguei o telemóvel. Desliguei a luz.
E finalmente, depois de meia hora, depois de ter vagado pelas sinuosidades perigosas da minha mente... desliguei a cabeça.
E finalmente, mesmo sem ele, acabou o dia.