quinta-feira, janeiro 26, 2006




Quando olham para uma paisagem selvagem, pura, agreste e virgem, intocada pelo homem, o que sentem? Qual é o vosso primeiro pensamento?
O meu é de esperança e de tristeza ao mesmo tempo. Esperança por ver que ainda há lugares puros e lindos, que nos fazem sentir pequenos, do tamanho exacto que devemos ter. Tristeza por saber que tudo já foi assim bonito, e que tanto se perdeu. E que tão pouco ainda está por perder.

Não consigo interiorizar como é possível que destruamos sítios de tamanha beleza. Cheios de tudo: côr, cheiro, som, sabor e textura.
Onde uma rabanada de vento nos cheira a verde. Nos dá um arrepio, mas não de frio: de prazer. Onde o cair da chuva parece um coro de vozes angelicais.
Sítios onde o vento é música. Onde o sol é rei e dá um tom dourado luminoso e o céu é quase branco como a neve...

"A raposa calou-se e ficou a olhar durante muito tempo para o principezinho.
-Por favor... Prende-me a ti!- acabou finalmente por dizer.
-Eu bem gostava- respondeu o principezinho- mas não tenho muito tempo. Tenho amigos para descobrir e uma data de coisas para conhecer...
-Só conhecemos as coisas que prendemos a nós- disse a raposa- Os homens, agora, já não têm tempo para conhecer nada. Compram as coisas já feitas nos vendedores. Mas como não há vendedores de amigos, os homens já não têm amigos. Se queres um amigo prende-me a ti!"
O Principezinho- Antoine de Saint-Exupéry

1 Estrunfes que tentaram tirar o protagonismo:

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