Função pública? NÃO! Função púbica! PARTE II
A saga continua...
Abençoada mãezinha que está de férias e me acompanha e atura os meus devaneios e irritações; a minha impaciência, mau humor e ma acordar!
Continuava sem o número de utente que precisava para o cartão europeu de saúde, embora tivesse um documento provisório em como o pedi, mas pensei cá para comigo, “pá, se podes usar o número de inscrição no centro de saúde para as receitas médicas, porque não tentar pedir o outro cartão?”
Chego à loja do cidadão (nem morta que voltaria para a segurança social do Areeiro), e espero pela minha vez, com a minha mãe. Pergunto a uma senhora que estava a atender na segurança social se podia usar aquele comprovativo para pedir o cartão, ao que ela me diz que acha que não, mas não tem a certeza. “Começamos bem”, pensei eu. Decidimos tentar a sorte. À uma da tarde, ainda ia no número 98 e nós éramos o 164, e decidimos ir almoçar. “Bem, se demorou 100 números das oito e meia da manhã até à uma da tarde, bem podemos ir relaxadas”, disse eu para a minha mãe. Esta mania analítica que me foi incutida ainda me sai cara um dia...
Lá fomos. Pausadamente. Comemos sossegadas lá perto. Falámos, fomos ao wc. Não demorámos nem uma hora. Quando voltámos, ia no número 157. Quase soltei um sonoro “foda-se!” à frente de toda a gente, mas lá me aguentei. Como raio tinha aquilo avançado tanto em tão pouco tempo? Isto vai contra todas as leis da física e da termodinâmica! Se Einstein fosse vivo tinha que estudar isto! Que fenómeno!
Em três tempos sou atendida, e peço o cartão com o comprovativo que tinha, ao que a senhora me diz: “Sem o número de utente não lhe posso dar”. “Mas nem com o número de inscrição lá vai?”. “Não, mas olhe, vá ali à zona do Ministério da Saúde e peça lá o número, que talvez lho dêem. Se o pediu dia 20, como aquilo só demora dois dias, talvez tenha sorte.”. “Mas mas... A senhora do centro de saúde disse que demorava 15 dias!!!”. “Não, só demora 2, no máximo 4”.
Eu levanto-me e agradeço, a pensar na minha cabeça que “juro por todos os santinhos que vou às trombas daquela puta daquela mulher do centro de saúde que já me enganou duas vezes, puta de merda, que juro que lhe vou às trombas daquela puta, trombas de merda, vaca duma porra...”, e por aí em diante.
A minha mãe, que é esperta que nem um alho (anos de experiência, diz ela), perguntou à senhora se podíamos ser atendidas de novo sem senha se conseguíssemos o número, ao que o anjo da senhora diz que sim. Antes de prosseguir, o meu primeiro bem-haja à senhora da segurança social da loja das laranjeiras que se não me engana se chama Filomena qualquer coisa (não quero identificar mais que isto).
Vou para a zona do ministério da saúde onde sou logo atendida, e onde a senhora me diz que vai telefonar para o centro de saúde para pedir o meu número, que demora 2 dias, e por vezes só 24 horas, por isso elas tinham-no de certeza. Estive quase para a beijar.
A senhora telefona para o centro de saúde, alguém atende, ela diz ao que vai, passam a outra pessoa, ela diz ao que vai e passam a outra pessoa (“foda-se”, pensei eu). Em 5 minutos dizem-lhe o número, eu agradeço-lhe imenso e refiro que me poupou a uma data de dores de cabeça, volto para a zona da segurança social, sou atendida em três tempos e trato do problema.
Antes de prosseguir, um grande bem-haja à senhora do ministério da saúde e um segundo à senhora da segurança social pela sua incrível eficiência. Esperei um dia, mas não foi em vão. Os meus eternos agradecimentos.
Por outro lado, sendo eu meramente humana e como tal fraca, apenas desejo infelicidades à senhora do centro de saúde. Se informasse mal mas fosse simpática, escapava. Mas como a sua arrogância roçava a bestialidade, de facto só espero que tenha muitas dificuldades na vida quando tiver que tratar de coisas que precise com urgência, e sobretudo para seu bem, que nunca mais na vida se cruze comigo, porque estou-lhe com um pó, capaz de me fazer dar-lhe com a mala nas trombas de porco que ela tem.
De facto a diferença de tratamento, competência e eficiência entre pessoas da segurança social é avassaladora.
0 Estrunfes que tentaram tirar o protagonismo:
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