Estou a perder poderes... Enquanto a minha passarinha mirra e atrofia, estou a ver que a da outra gaja está toda viçosa... Deve ser da primavera... A minha está de alergia, a dela está a desabrochar (e não vou fazer trocadilhos com desabrochar porque na realidade tenho como resolução de novo ano não dizer mais palavrões, nem fazer trocadilhos ordinários, se bem que cada vez que ouço a palavra bóbó dá-me para rir por ser tão ridicula, sobretudo quando vou a um restaurante brasileiro!!).
Adoro rever pessoas do antigamente, do tempo do secundário, e ver como elas estão. É a minha faceta de beata cusca voyeurista. Se continuam na mesma, se mudaram muito. Para ser sincera, não acredito em mudança, mas sim em revelação. Adiante...
A primeira coisa que dizem sempre nestas alturas é: "Não mudaste nada!! Mas que idade é que tens? Parece que ainda tens 16!". Bem, se continuar assim até aos quarenta, tudo bem, começo a papar mocinhos novos que é um consolo. Carne fresca é o que queremos! O pior é que com esta minha cara (de cu) nova, ninguém me leva muito a sério. Nem percebo porquê, tenho conversas tão profundas...?!
Adoro também que chegue esta idade e comecem a perguntar: "Então? E marido?" Ao que eu respondo com um sorriso muito amarelo banana: "Eu nem namorado, quanto mais marido! Ando com a passarinha à solta, a piar a piar". Na realidade só respondi a primeira parte da frase porque quem me perguntou até foi o pai duma amiga e eu não tinha cara de pau para responder aquilo, mas habilitou-se. E qualquer dia começo mesmo a responder isto. Mas já chegámos a esta fase? Mas eu estou assim tão velha? Dass! Lá porque uns se estão a casar, a ficar noivos e a ter filhos temos todos que andar ao mesmo ritmo? Mas eu sou dessas?????
E depois é rever aquelas pessoas de quem nunca gostámos muito e que, para nosso consolo, acabam por se revelar verdadeiras execrabilidades, como suspeitávamos. "Ah, a fulana mudou tanto!", ao que eu respondo logo: "Mudou o quê?? Revelou-se, que é diferente!".
É que adoro aquele género de pessoas que perguntam por coisas das nossas vidas, não por interesse, mas sim para poderem contar o que se passa na vida delas, tentando destacar-se dos outros só porque:"vou para uma super universidade americana de grande prestígio tirar um Master e porque me vou casar daqui a uns dias num palacete antigo e porque tenho um namoro super estável há uns bons 5 anos", quando na realidade se sabe bem que essa pessoa só está com a outra porque a outra é de boas famílias e caga dinheiro pela boca e pelo cu. Triste? É dizer pouco.
E dá-me para rir e gozar alarvemente. E a estas pessoas revelo o meu lado odioso: o lado cínico. Nunca pensei ser capaz, confesso. Mas ouço-me a dizer: "Que bom! Se é o que queres, é optimo! Desejo-te as maiores felicidades!". Quando na realidade me estou a cagar. Mas a cagar alarvemente. Continuo com estas frases feitas até que chega uma altura em que desligo mesmo e deixo de ouvir tanta mediocridade, tanta soberba e tanta mesquinhez. E quando a pessoa acaba de falar, volto à carga com estas frases feitas, cheias de sarcasmo e de ironia, mas a outra pessoa nem me está a ouvir no fundo, porque não me quer ouvir: quer apenas vomitar tudo o que acha que tem de bom na vida para fazer inveja. Se sonhasse como não me afecta, calava-se e ia-se embora, com uma rolha metida na boca e outra no cu, mas enfim, concedo-lhe aqueles 10 minutos de extrema felicidade pela vã ilusão de achar que está acima de mim. Afinal estou a fazer uma boa acção: estou a fazer alguém feliz E a gozá-la por cima... Não é maravilhoso? (Perdoem-me, mas à medida que a idade avança, o meu lado sarcástico anda-se a afiar e a aperfeiçoar. É genético. Quem não gosta, não mama. E não estou a fazer alusões ao bóbó! Caramba! Que mentes!).
Mas sem dúvida que, embora esta parte nos traga um certo gostinho doce por confirmar as suspeitas de miuda de que a referida pessoa não vale nada, a melhor parte é a de rever velhos amigos de quem nos afastámos, mas que ao revermos, volta aquela cumplicidade, aquele à vontade que tínhamos com eles há tantos anos atrás. E sobretudo ver e confirmar que aquela pessoa é de facto 5 estrelas e que é feliz como é: estando com quem gosta e estando contente com o que tem.
É que das coisas que mais me dá prazer é a de reencontrar aquelas pessoas de quem sempre gostei e de retomar a intimidade e a cumplicidade que tínhamos em cinco minutos, como se nos tivéssemos visto há apenas uma semana, em vez de ser há um ano. De facto deve ser das melhores coisas que a vida tem.
Aproveito portanto para dedicar este post aqueles milhentos amigos que raramente vejo, mas de quem não me esqueço nunca, e que de facto hão-de ser sempre meus amigos, quer os veja frequentemente, quer não!
PS: BTW, adoro a série Friends. Quem não gosta, que feche a porta!
2 Estrunfes que tentaram tirar o protagonismo:
Eh pá, eu acho que a Porcotte tem imensa razão, e queria fazer um apelo: amiga Porcotte nunca deixes de escrever, porque é graças a ti que eu me aguento até ao dia seguinte. Aposto que és toda gira e toda roliça. Tens imensa piada, e farto-me de rir com os teus posts. Aliás, devias abrir um blog só para ti, porque a outra gaja é uma tosca 50 cent... E tenho dito!
By Porcotte Pink, at 10 maio, 2006 18:01
Merda! Era para assinar o comment anterior como anónimo... Que chatice...
Falou-me esta...
Raios e coriscos...
Pelas barbas de Merlin, alguém vai pagá-las!
By Porcotte Pink, at 10 maio, 2006 18:02
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