sexta-feira, maio 05, 2006


“E tu “Shoogirl”, não queres casar?”

Perguntaste-me isto no outro dia, ranhoso do camandro. E eu ali, meia encavacada com a notícia ainda fresca que TU ias casar (cho-cante), respondi qualquer coisa como “Eh pá... sei lá... não sei... ai, agora não quero falar nisso(sim, sou muito eloquente quando quero). Tu, ficaste a olhar para mim com um ar de “Ooook... a gaja é definitivamente louca(e com razão). Como se explicam estas coisas... sei lá eu... Se quero casar... pfff... amigo, eu nem sei se quero comer peixe ou carne ao almoço e demoro horas a decidir, perguntar-me isto assim de repente é totalmente transcendente!

Mas vamos lá ver:
Acredito no casamento enquanto acto entre as duas pessoas. Acredito naquela “coisa” que não se define ou assina, que não se celebra na igreja, na casa do amigo ou na praia. Acredito em querer estar para sempre com alguém, naquele momento. Não sei ainda quanto acredito que exista mesmo uma pessoa para todos nós. A parte romântica em mim quer acreditar que sim (e a parte romântica em ti? (private)), mas a parte racional (a que tu chamas de bloco de gelo) de mim diz que por achar isto, e consequentemente procurar essa pessoa, estou a perder muita coisa boa, e assim nunca hei-de ter ninguém. Respeito o casamento. Respeito-o se calhar demais para imaginá-lo sem ser para sempre, sem ser com o ELE que considero para mim ideal, sem ter o bom e o mau, sem ter uma cumplicidade perfeita (ilusória esta palavra, eu sei). Então mas pergunto eu, casar porquê? Eu posso ter isto tudo e não casar. Não é possível ter isto tudo sem casar? Porquê assinar o papel, fazer a festa, gastar o balúrdio, sentir a pressão, por o anel... porquê? Isso faz de nós mais um casal de muitos outros “não casados”? (e não estou aqui a por em causa questões legais, e coisas com filhos ou não... isso tudo fica para outra conversa)

Se tivesses aqui, estarias a rir a olhar para mim a pensar “é mesmo um bloco de gelo”, e perguntarias de certeza com aquele teu ar impaciente brincalhão “Sim, ok tudo bem... mas e então? Não queres casar nunca é isso?” e eu a rir diria sinceramente: “quero”. Porque a questão é que quando tive o privilégio de estar apaixonada, não houve uma única vez que não pensei que um dia pudesse casar com essa pessoa. Portanto, seria hipócrita da minha parte negar que já o pensei, e que consequentemente, gostaria de o fazer. E como? Nada de stresses. Eu, ele, uma praia, uns vestidos brancos leves e frescos, nada de religioso, nada de pomposo, pouquíssima gente, e é o suficiente. Tudo muito natural. Tudo muito cliché se calhar... mas é como o imagino.

Pois é, afinal não sou assim tão bloco de gelo como dizes... sou só um pouco. Mas se queres te rir, ficas com esta pérola (como diria a Porca): sonhei muitas vezes que casava, e em todos os meus sonhos, chego ao momento de ir ao “altar”, e não avanço com a coisa. Nuns fujo. Noutros fecho-me num quarto. Em muitos deles choro. E noutros ainda acordo antes de acto acontecer. A questão fica, será que afinal o meu subconsciente glaciar não me quer ver casada?... Afinal a culpa é dele vês?

Hoje não tens email a dissuadir-te de casares... Tens esta espécie de monólogo egocêntrico atrofiado, que te ofereço como prenda de anos, e depois não digas que não sou tua amiga e que não te ofereço nada!
Um beijinho enorme para ti. Muitos parabéns!
E já chega de lamechices (e paneleirices como diria a outra Porca) que tenho uma fama a manter ok? Mas o que é isto??

PS: Faltam 330 dias... and counting...

1 Estrunfes que tentaram tirar o protagonismo:

  • Posso responder?? Posso posso??

    Então é assim... (ADORO este começo de frase. Gosto tanto que o vou repetir... Então é assim... Ahhhhhhhhh).

    Há dias de primavera em que acordo e penso que seria bom estar casada, com aquele alguém especial. Com aquela cumplicidade entre duas almas. Com a partilha de tudo. Enfim, tudo o que acarreta estar com alguém. Nunca gostei de solidão, embora a procure cada vez mais. De facto modificamo-nos com o passar dos anos.

    Há outros dias em que ouço uma discussão em casa e penso: "nem morta que aturo isto! Mas eu sou parva ou quê?". É dificil ceder em certas coisas. E de facto uma vida a dois é muito complicada. Se bem que uma vida a um, não sei se não será mais. Cada um com as suas. Mas na realidade depois como é que nos aquecemos no inverno? O edredão aquece o corpo. Mas não a alma!

    Sabes que não sendo religiosa, o festejo do casamento para mim resume-se a: nada. Não tenho paciência na realidade. Nem para os vestidos, nem para as festas, nem para a comida, nem para as confusões, e muito menos para gastar dinheiro nisso. Nunca fui daquelas raparigas que sonha com o dia do casamento (como diria o outro: estarei grávida?).

    Por outro lado tento acreditar que é possivel encontrar alguém de quem queira a companhia para sempre, mas à medida que cresço, acho isso cada vez mais improvavel.

    Na realidade não sei o que quero. Neste momento estou sozinha e não tenho aquele alguém especial que me faça pensar nestas coisas (mais ou menos... ;) ). Quando ele aparecer logo te respondo a esta pergunta. Até lá... Aturas-me que te lixas!

    E para quem quer que seja que se dirija este post: Parabéns pelo casamento e desejo do fundo do coração que tudo corra sobre rodas! :)

    By Blogger Porcotte Pink, at 05 maio, 2006 15:53  

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