sexta-feira, dezembro 08, 2006


Diário de uma Calimera: EU.


Pequena rubrica muito útil e interessante sobre tudo o que tenho, em vários episódios – Essencialmente, para me relembrar que afinal: acho que não tenho nada, mas tenho tenho tudo.


Episódio 2


Tenho uma Cadela.
É pesada, mas esta é mesmo. Labradores são assim (neste caso roliço... como os donos).
Ladra quando quer festas, e ladra quando quer comida. De resto se entrasse um ladrão tenho a certeza absoluta que pedia-lhe festas e deixava-lhe levar tudo desde o enxoval de casamento da minha mãe ainda hoje inutilizado, às minhas cuecas rotas.
Gosta de se esconder atrás de arbustos e comer porcarias. Gosta de cheirar o rabo do outros cães. E um dia adormeceu em cima do meu. Tentei por tudo dar um púm para ela sair de cima, mas... como era de esperar: quando se quer, onde anda o gás mostarda de que tanto preciso?
Foge de mim a sete léguas porque sabe que a vou asfixiar de mimos pegajosos (hmm is there a pattern here?), mas não deixo de o fazer, e ela não deixa de gostar de mim (e eu dela claro).


Tenho um Namorado.
Calma, namorado é forte. Tenho medo destas palavras. Vou reformular: Tenho um Pseudo-namorado... Bom vá, tenho um Gajo (aquele pontinho completamente louco que está a ajustar a vela).
É bom... e é bom. É inteligente, e quando digo inteligente, não é eufemismo, é acima-da-média-irritantemente-inteligente. É divertido. É irónico. E esta descrição, até já me enjoa a mim, quanto mais a quem o ler sem o conhecer.
É suficientemente independente para não me sufocar, e suficientemente presente para me deleitar. E a rima não foi intencionar. Já agora, um pouco mais de “presença” também dava jeito... assim só naquela, não sei... digo eu.
Gosta de beber, gosta de comer, gosta de... tudo o que gosto de fazer, ou seja tudo o que é bom. Se gosta demais ou não, não sei, mas é assim que gosto dele. Se tivesse que lhe pôr um raio de um defeito, diria que são 918 milhas que nos separam, e uma tendência para ser escorregadio quando confrontado com as minhas pirosices de menina.
Mas é gajo, é genético, e apesar disso tudo, como é óbvio... não deixo de gostar dele.



Tenho Amigos.
São poucos e bons, e é assim que se querem. Presentes quando preciso, mesmo quando longe fisicamente, fazem parte da minha vida, e são as únicas pessoas, fora da família, que deixo entrar no meu espaço. Temos fases BDs (bem dispostas), e fases MDs (mal dispostas). Inventamos termos e expressões como “krok” para quando estamos naquele estado já colado à cadeira de tão inúteis que nos sentimos e (lá está) MDs de nada fazer nada de jeito, e alcunhas para as pessoas não saberem que estamos a falar deles. Distinguem-se nomeadamente: o Velho, o Avô, o Anão, a Esticadinha, a Madeixas, o Marco-António, o Rico, o Drogado, a Mal-Disposta (diferente de a MD, aka a Porca). Rimos à frente de ecrãs de computador, ao telefone, em pessoa e por aí em jantares, bares e até nas ruas de Lisboa às tantas da manhã. O costume entre amigos... mas estes são MEUS e por isso são os melhores, e não quero cá conversas!
Já agora, gosto da maneira como vos pus a seguir ao Gajo e à cadela... mostra o amor todo que tenho por vocês (e Porca, escrevi isto ANTES de tu postares o teu comentário) não acham?
Temos altos e baixos, como todas as relações, mas quando a amizade é forte, e sincera... isso acaba por não significa nada. A realidade é que apesar de todos os vossos inúmeros defeitos, e a inexistência dos meus, não deixo de gostar de vocês, meus ranhosos mal cheirosos.

8 Estrunfes que tentaram tirar o protagonismo:

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