Para quem se identifica: temos pena.

Para quem se possa vir a identificar: aqui está um aviso.

O cabelo.

Ora bem. Aqui está um assunto delicado para mim: o cabelo.

Apercebei-vos definitivamente de uma coisa (para quem me conhece ao vivo e a côres): NUNCA hei-de ter o cabelo comprido. O comprimento do meu cabelo oscilará sempre entre o curto e o nível dos ombros. Nunca mais do que isso. E estou constantemente a cortá-lo. Porquê? Porque não gosto de me ver de cabelo comprido. Porque gosto de me ver com ele com o comprimento que tenho. Quer curto, quer mediano. Nunca mais que isso. E finalmente: porque gosto.

Confesso que me irrita a cara (de cu) que certas e determinadas pessoas fazem quando o corto: "Ohhh. Porque cortaste? Porque não o deixas crescer? Que coisa! Bla bla bla, pi pi pi..."

Porquê? Porque o cabelo é meu e gosto de o ter do comprimento que me apetece. Com o comprimento que me faz sentir bem. Porque gosto de variar. Gosto de mudar. E sobretudo porque não cago sentenças sobre a vida dos outros. Se cortam o cabelo, digo que fica bem. Não custa muito fazer o mesmo por mim, pois não? Se não gostam, comem menos. Gosto eu e isso é que conta. Podem dizer que não gostam, tudo bem, aceito. Mas basta dizê-lo uma vez. Não vale a pena bater mais no ceguinho. Quem dá a última sentença, sou sempre eu.

Esse cliché de que só as mulheres de cabelo comprido e liso é que são femininas já me agonia de morte.

Outra coisa que nunca farei: pintar o cabelo, fazer madeixas e o diabo a sete. Porquê? Porque gosto de um cabelo natural, gosto da minha côr de cabelo e sinceramente, nos dias que correm já começa a ser original usar o cabelo natural. Muitas vezes me divirto a contar o número de mulheres no comboio que fazem alguma coisa ao cabelo e digamos que se encontra no intervalo das 8 a 9 mulheres em cada 10. É incrível.

Se quiserem fazer alguma coisa ao cabelo, façam. Caguei. Não tenho nada a haver com isso. Mas não me chateiem a mim para fazer. Não tenho vagar, dinheiro e muito menos pachorra para andar a pôr produtos que estragam e alteram a côr ao meu cabelo.

Já viram moços, como sou poupadinha? Não sou um bom partido? Hein? Hein?

Os visados, quem quer eles que sejam, não levem a mal. É um desabafo de algo entalado (...) há muito tempo, já. Por isso da próxima vez que me virem de cabelo cortado ou mais curto, não foi porque ele me caiu quando estava a dormir. Foi porque me apeteceu cortá-lo.

E o olhar reprovador nas vossas caras só me faz irritar mais ainda, não me demove de o cortar outra vez, quando me apetecer. Apenas me entristece.