sábado, fevereiro 10, 2007

Escrevi isto dia 26/12...

Entretanto apaguei, porque achei estúpido (ando a fazer muito disto ultimamente... se calhar para compensar os inúmeros sms que envio, que não devia enviar, e que não posso apagar... não sei, perguntem à minha psyché).

Tenho-me apercebido que isto é ciclico. O que vem confirmar o que escrevi. O que vem também confirmar o que todos já sabem, mas eu sismo em não manter fixo na minha mente doente, que: realmente homens e mulheres são de planetas diferentes, e quanto a isso nada se pode fazer. Apenas adaptar-se, como dizia muito bem eu há um mês atrás, e a Porca me disse no outro dia... etc e tal. Já agora: PORCA... eheheh thanks pelo telefonema... dass, já ganhaste o céu! Porca a voar! Weeeee...

Enfim, aqui vai...



Exemplificação de como o cérebro feminino e masculino diferem (infelizmente). Não com um exemplo envolvendo sexo, como a maioria mostra (muito infelizmente, até porque essas teorias hoje em dia não fazem sentido, antes pelo contrario), mas com um exemplo
do dia-a-dia.

Cenário: O casal em questão não se fala há uns dias, metendo-se pelo meio o fim de semana e feriados. Quando (e se) se apercebem que de facto passaram uns dias...



Ah, pois é... bom, mas havemos de falar um dia destes então. Sem stress.


Para já apercebe-se do acontecido dias antes dele. Vai verificar a caixa do email, os histories do Messenger e a caixa de entrada e saída do telemóvel, verificando se os relatórios foram entregues. Após umas contas, vê quantos dias passaram.

Pensa sobre o que falaram, desde os temas abordados, aos tons usados e às várias entrelinhas que poderiam ter existido. Não existem, mas a sua mente já está mais recheada que um peru de Natal, e então lê coisas onde não estão. Entristece-se. Volta a reler e quer se convencer que afinal não é nada, e apesar de ser verdade, não deixa de achar que algo existe.

Anda às voltas pela casa a pensar o que fez de errado. Pondera se quebrar ela o silêncio ou não. Afinal de contas se tudo está silencioso se calhar é melhor deixar estar. Quem quiser fale. Mas pensa que se ela não falar então ele pode achar que ela se está a cagar. Se pensa em falar então imagina que o vai sufocar e isso é pior que o silêncio.

Pega no telemóvel e escreve uma mensagem que sabe que não vai enviar, mas escreve-a na mesma. Relê e guarda nos rascunhos. Depois de ter ido à sala ver um pouco de televisão, onde vê histórias impossíveis de amor a tornarem-se realidade, pega de novo no telemóvel e relê a mensagem do rascunho que afinal já parece uma boa ideia. Não, afinal volta a guardar a mensagem nos rascunhos, “uns dias de calma também não são tão maus, posso sobreviver, se tiver de ser, há-de ser”.

Pega nas chaves do carro e decide dar uma volta. Enquanto conduz e a música passa no rádio, continua a pensar o que é que ele estará a fazer naquele momento, e com quem. Entretanto todos os cantos por onde passa relembram-lhe o gajo. Chega a um sítio, pára e repara naqueles detalhes que diariamente se calhar a iriam pôr feliz mas hoje não. O pôr do sol é ainda mais nostálgico. O Tejo é ainda mais solitário. O telemóvel está na mão e vai mais uma mensagem hipotética. Mais um rascunho.

Pára e pensa nas coisas de um ponto de vista lógico: que mal tem estar dias sem falar, se nada de mau aconteceu? Deixar-se livres é uma coisa boa. Insegurança é uma coisa má, e é problema teu, não dele. Espera para ver, não te afogues em tristezas quando nem sabes se algo aconteceu de facto. Faz como ele, deixa passar, deixa correr. Tudo há-de correr bem.

Pega no telemóvel e manda uma mensagem à next best thing, à melhor amiga. Desfaz-se em lágrimas enquanto tenta fazer entender a alguém em 360 caractéres o que se passou na relação até hoje, o que se passa neste momento e o que tem medo que possa vir a acontecer. Ainda consegue enfiar lá dentro um “o que achas?” e um “espero que estejas bem”, quando na realidade trata-se de puro egocentrismo, e o que ela há-de achar pouco importa porque só quem está numa relação sabe dela.

A amiga responde depois de alguns segundos, e então parece que tudo acalma um bocado. O aconchego da amizade é sempre bom, mas em momentos de insanidade mental, pouco importa. Cinco minutos depois o raciocínio voltou ao mesmo, apesar do efémero aconchego da amiga. Todo o processo continua na volta à casa, e piora à noite. Este processo dura o dia todo, apenas com alguns intervalos e mudanças pontuais.


Quando tudo acaba, e o silêncio finalmente se quebra, em trinta segundos se não menos, todas as inseguranças e incertezas, os devaneios absurdos e raciocínios ilógicos desapareceram. A mulher volta a ser um ser quase normal, com neuroses quase normais e com aspecto quase normal.
O homem, continua como dantes, simplesmente numa boa.
E é por estas e por outras que os adoro.

7 Estrunfes que tentaram tirar o protagonismo:

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