Ok, eu confesso.
Esta figura que estão a ver ao lado: fui eu até a muito, muito tarde. Até diria a idade, se não fosse que me esqueci totalmente, mas admito que foi a uma idade tardia... bem depois de merecer já o comentário “que queriiiida” quando as pessoas me viam. Aliás, a dada altura sei que permanecia escondida na gaveta, ou dentro da fronha para que ninguém soubesse.
O vício da criança que chucha e tem uma “safety blanket” é igualável a uma droga. Faz-nos sentir bem. Dá-nos paz e sossego em momentos de crise. Aconchega quando mais nada nos pode aconchegar. A vantagem, é que sem ser destruir os dentes, não faz mais nenhum dano grave. A desvantagem, é que a dada altura, temos de desistir dela, até porque começamos a parecer um saca-caricas.
O M.O. (Modus Operandi para os mais lentos) que eu tinha era simples, chegava a casa do infantário, e a única coisa que me sossegava era ir buscar a “nanna”. Acho que Freud (taradão do gajo) diria que era um método depravado de eu ter um mini-orgasmo. Eu digo que era um óptimo método de me relaxar e entreter, e não tinha nada de mau ou depravado.
Nos dias de calor, adorava abanar o tecido no ar, a modos helicóptero para que ficasse fresquinha, e cheirava-a orgulhosamente antes de adormecer. Nos dias de frio... afinal o processo era igual, nunca gostei dela quente.
As minhas duas maiores raivas eram quando chegava a casa e a minha mãe a tinha escondido, provavelmente numa tentativa (sempre falhada) de me fazer parar de a usar. E a outra era quando a queria lavar, sob o pretexto que dela provinha “um distinto e enjoativo fedor”. O que ela não entendia é que esse era o cheiro dela... Era o desespero. Passavam dias antes que ela cheirasse a “nanna” de novo.
Ela servia de lençol para o meu peluche rato, para toalha de pic-nic quando as barbies e o ken iam dar umas (voltas), de limpa lágrimas quando as professoras obtusas e ignorantes na escola diziam que eu era muito distraída nas aulas e ralhavam comigo, servia de fralda às bonecas, de pano para eu estender em cordas falsas pelo corredor (antes que o meu irmão as destruísse de propósito), de cinto, de xaile... Acho que só quem teve uma, sabe o que significa isto tudo, sem achar que eu era uma freak.
Não sei quando certo ou errado seja os putos terem destas coisas, tenho somente a minha experiência em consideração para a avaliar. Sei que as tentativas da tirar de mim foram em vão, só mesmo quando me dei conta que não precisava mais dela é que a larguei... como em tudo, acho que é mais feitio do que outra coisa. Quando o meu pediatra me ameaçava cortar o dedo (já agora, não era o polegar como a maioria das crianças... eu tinha de ser original: era o indicador da mão esquerda!), acho que só me fazia querer a minha nanna e odiá-lo a ele ainda mais. Sei também que um dia, se tiver filhos, é das coisas que vou achar mais amorosas de ver.
E sei também que apesar de tudo, foi uma óptima terapia para aqueles primeiros passos de quando se é pequenotes. Hoje em dia parece que a solução mais fácil é: dá-lhe valeriana, ou camomilas ou o raio que o parta... Mas se tiverem juízo, vão por mim: Safety Blanket. Apoio e recomendo all the way.
Para o resto, é só arranjar um bom dentista... e o puto há-de ser mais feliz de certeza.
8 Estrunfes que tentaram tirar o protagonismo:
Eu não me lembro de ter tido nada disso mas os meus filhos, o mais velho e a mais nova, tiveram chucha até muito tarde e como tinham vergonha escondiam sempre que entrava alguém estranho em casa (o pediatra dos meus filhos sempre disse eles largam a chucha quando quiserem deixe estar que não faz mal nenhum)Lá em casa a fralda sempre foi o óó o três usaram-na até muito mais tarde do que a chucha ( a minha filha de 9 ainda usa para dormir)e o do meio destingui os óós dele e da irmã pelo cheiro , mesmo depois de lavados. Para mim é das coisas mais ternurentas vê-los a dormecer agarrados aquele bocado de pano.
By asdrubal tudo bem, at 04 janeiro, 2007 11:31
preciso duma dessas agora...
onde é que se compram?
isto de se entrar na fase adulta é muito assustador! :$
By B.A.B.E., at 04 janeiro, 2007 12:15
Shoo, mas que ternurinha!!! Deves sentir muita empatia com o Linus!
Eu estou a imaginar-te rechonchudinha, de dedo indicador esquerdo metido na boca e a nanna (nome do meu marido) a abanar por cima da cabeça como uma hélice de helicóptero. (risos) Tinhas que dar a essa coisa surrenta o nome do meu marido? (o tico e teco rebolam-se a rir)
O meu narcisinho tem uma chucha de estimação mas já o avisei que vai ficar com os dentes assim (imitação do Jim Carrey quando mete os espargos na boca). Tem também um cão pestilento que se chama bébé e que é um ninho de pulgas já meio esvaziado que não fica em condições por mais que o lave. (o material é aveludado)
Obrigado Shoozinha por estes momentos de nostalgia.
(Se calhar se eu voltassse a chichar no dedo - polegar da mão direita - não precisava mais de ir ao psiquiatra)
Bjinhos bébe! Dá cumprimentos ao nanna
By Maria Vinagre, at 04 janeiro, 2007 13:11
*chichar? = chuchar
é melhor continuar no psiquiatra, pelo sim, pelo não...
By Maria Vinagre, at 04 janeiro, 2007 13:13
Acredito que Freud teria explicado essa tua motivação de levar a fralda p o todo o lado de um modo bastante personalizado.P mim, Freud explica algumas coisas (ele realmente sabia do q falava)mas tenho uma ideia dele ser um frustado sexual!Não sei bem pk, mas é a minha teoria.
Deixo qualquer psicólogo explicar o teu uso prolongado da "nana", fica apenas aqui uma dica de futura dentista: cuidado com o chucar no dedo!Por mt
querido q possa parecer,pode provocar alterações no palato e fazer com que os dentes fiquem em posições incorrectas (o frequente em crianças que chucham no dedo durante mt tempo é os dentes da frente não entrarem em contacto quando fecham a boca, ficando com o que nós chamanos uma "mordida aberta"...tratamento é algo doloroso e já agora, dispendioso...!)!
Espero que este não tenha sido o teu caso... ;)
Baci baci
By Mia Pierrèt, at 06 janeiro, 2007 00:57
eheheh Asdrubal, só posso imaginar os teus pequenotes nesta figura com ternura... já quando vejo alguns na rua nestas figuras fico deliciada :) quando são os nossos deve ser mais doce ainda!
Babe, olha... confesso que também já me deu para pensar voltar à nanna "naqueles dias", que na idade adulta acho que são cada vez mais frequentes... mas acho que já não teria o mesmo efeito :s damn... que tal leite quente? (tenho de postar sobre isto um dia destes...)
Mariazinha, olha... ri-me tanto com o "chichar", é que pensei que fosse a tua maneira de dizer "chuchar" em voz de bébé sabes? Bom, não ligues, os neurónios são o que são... e andam sobrecarregados!!! AHAHAHHAHAHAHAH "nanna" é o nome do teu marido?? Que coisa tão gira!!! Só pode ser boa pessoa mesmo :) eheheheh Quanto ao bébé pulguento, isso também faz parte!!! AHAHHAAHAH e quando começam a cair os bocados é que é giro... acho que é onde os ácaros têm as maiores orgias do mundo... mas nós quando somos putos sabemos lá isso? E isso interessa-nos alguma vez? Nah... o que interessa é que o bicho é nosso e sem ele, é o FIM. Mas literalmente o F-I-M!!! Polegar da mão direita... como o meu irmão... eheheh
Ai o Freud, que anda muito nas minhas conversas ultimamente... será que é um sinal divino? Hmmm... I wonder....
= aviso, esta parte é muito longa =
Oh Mia, também acho que o gajo era taradão frustrado sexual, mas acho que é a ideia que têm quase todos não? Vá, vamos lhe dar crédito que o pobre senhor até disse muita coisa certa, se calhar não gostamos nada é de ouví-las (digo eu, e daí...).
Quanto à dica, obrigada :( mas já vais tarde!!! Isso foi tudo o que o meu dentista me disse. Correcção "oS meuS dentistaS" disseram. Tive uns 5, e a coisa correu assim... os 4 primeiros não fizeram nada de jeito. Mono-blocos à noite, aparelhos esquisitos e pouco faziam. O último, arriscou-se aos meus sweet 15 (eu sei que é 16, mas deixem-me ser precoce) a pôr o aparelho fixo, com aqueles ganchos/aneis lá atrás para pôr aquela besta do capacete de noite. Eu parecia um jogador de futebol americano... tinha trauma e vergonha, mas lá o fiz para ter um sorriso colgate. Por volta de 2/3 anos a seguir, TIVE um sorriso colgate. Mordida perfeita. Dentes alineados, brancos, perfeitos. Um ano a seguir... começaram a entortar.
Dois anos a seguir, apesar da mordida ter ficado óptima, os dentes ficaram meios tortitos.
Quando fui ver um dentista a sério (mas a sério mesmo), tirou fotos do que (and I quote) "não se deveria nunca ter feito". Senti-me não só frustrada, mas irritada e aldrabada. O Dentista só estava a fazer o seu trabalho, mas entre as fotos, a idade (já tinha uns 20 acho, por isso as contas de antes não sei se batem certo...) e o potencial novo namorado, decidi que a proposta dele "voltar a pôr aparelho fixo, por um ano, e ficas perfeita" não me aliciava. A maior frustração. Justifiquei a coisa com questões como "não preciso de ter dentes perfeitos, os meus têm personalidade" ye ye... e com "é muito dinheiro não quero..." e com mais merdas do género. Hoje olho para trás e penso: Um ano é cagada, o namorado era uma merda e não merecia, e o dinheiro era bem gasto. O sorriso, não ficou perfeito... mas olha, temos pena... hoje em dia, já não ligo. São saudáveis, amarelados não sei bem porquê, mas olha...
E é isto... ooops... um pouco longo, Mia ainda aí estás? :s eheheh Um dia quando tratares o teu primeiro "caso de chucha", lembra-te de mim "and do it for the Shoo" eheheheheheh
*
By Sari, at 06 janeiro, 2007 18:56
Amarelados é bem.
O esmalte é mais forte quando é amarelo. Pelo menos assim diz o meu dentista, se calhar para me sossegar quando digo que os meus estão da côr do chá.
(Headache)
By headache, at 07 janeiro, 2007 11:06
Agora que sei isto, nunca hei-de dar um aos meus filhos! E se ficam como tu? Porra! Deus nos livre!
Ehehehhehehehehhe
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By Porcotte Pink, at 10 janeiro, 2007 13:22
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