quinta-feira, março 09, 2006

- A Margem Sul: descrição puramente ficcional-

Vi aí nuns blogs pessoal a falar mal da margem sul… Eu não sou de apontar o dedo, mas essa pessoa foi a B.A.B.E. Atenção que não sou bufa! Apenas sofro de gases... Incontinência intestinal, para os mais doutos.
Bem, acho que este pessoal que fala da margem sul sem cá viver não tem moral nenhuma. Sendo eu praticamente uma nativa de cá, eu sim tenho moral. Por isso atentai e ouvi...
Como descrever a margem sul?

Em primeiro lugar... Falam-se três línguas nesta bela terra: português, que já está em vias de extinção, já raramente se ouve.
O crioulo, que sinceramente parece assim um espanholado (por falar em espanholadas... TORTILLAS!!! O que haveria de ser? Estou com fome...) misturado com aquela linguagem dos Bosquímanos do filme “Os Deuses devem estar loucos”.
Em grande concorrência com o crioulo está o "dredês". O "props" e o "represent" reinam. É outra língua da qual infelizmente não tenho grande intimidade. O francês e o inglês já eram. Para se ser gente na margem sul, há que falar uma das duas últimas línguas/dialectos que mencionei. Senão és considerado um betinho de merda, ou como já ouvi, és considerado uma “pochettezinha”... Se metesses a pochette no cu, fazias um bem à sociedade porque passavas a cagar moedas...

Depois há os referidos “tunningistas”... Oh pá isso é que eu gosto. Fico logo toda molhada quando vejo aquilo. Ele é grandes acelerações. Ele é grandes corridas contra a lei. Ele é fazer barulho com o escape. Aquele barulho também eu faço pelo meu escape natural com que a mãe natureza me forneceu... Grande coisa!...
Ele é luzes em cima. Ele é luzes em baixo. Ele é luzes dentro. Ele é luzes fora. Eu só tenho pena que não tenham complexo de pirilampo e metam “mazé” aquelas luzes todas na peida. Mas enfim...
Também gosto dos ailerons traseiros (vai tudo parar à traseira... Estarei a notar um padrão de comportamento?), das jantes apaneleiradas e dos vidros foscos. E o que me está mesmo a assustar é que sei estes nomes todos...
E depois é vê-los de brinco, óculos escuros, barba por fazer, ar de mafioso e de gajo durão com uma T-Shirt vestida em pleno inverno a conduzir com uma marreca. Sim, não sei se já repararam mas eles estão sempre com o pescoço esticado para a frente como quem está sempre a espreitar pelo espelho ou pela janela, ou como quem está a levar no cu e a gostar. E sentem-se verdadeiros machos por terem uma geringonça andante toda artilhada e apetrechada de coisas que no fundo não servem para nada. Ai como gosto do inútil! Cá para mim, o tamanho do apêndice genital é inversamente proporcional à quantidade de apetrechos nos carros. Acho que é uma teoria a comprovar ainda.
E a cereja no topo do bolo é quando eles estão com as respectivas. Com aquelas gajas mesmo com ar rasca, de quem abre logo a perna se lhe derem uma pulseira com o nome do gajo, ou se as levarem ao cinema e pagarem um balde de 3 kg de pipocas doces. E depois têm aquele ar constante de desafio, como quem diz: “Mete-te comigo ou com ele e apanhas nessas trombas, sua puta!”. Tal é o ar de machona que têm que me chego a perguntar se não serão todas fufas. Mas um homem daqueles é tão irresistível que não acredito que elas o sejam! Eu cobria-os de chocolate e banana... E entregava-os aos macacos...
E como elas adoram o rosa bébé ou o azul bébé... Parece que não há mais cor nenhuma no planeta... Eu chamo-os os flamingos. Eles pelo pescoço esticado. Elas pelo rosa que as inundam da ponta dos pés à ponta dos cabelos. Pergunto-me por vezes se não terão também a pilosidade rosada como os flamingos têm as penas, mas isso agora já não é para aqui chamado... E depois é giro o contraste entre a bestialidade delas e o rosa bébé...

Os fins-de-semana na margem sul são gloriosos. É vê-los como "bandes" de pardais à solta a ir a correr para um centro comercial... Oh pá, isso é que eu gosto... Andar aos encontrões num sítio fechado, com crianças aos berros por todo o lado e gente ansiosa por gastar o dinheiro que não tem... E a época de saldos então, chega a ser orgásmico. Mas isso desconfio que é em todo o lado. Se for ao Corte Inglês, a merda é a mesma. É ver mulheres de ar raivoso e alucinado a correr de um lado para o outro aos encontrões a tudo o que se põe à frente e a ver as peças de roupa com os dedos e não com os olhos. E depois, o bonito, é ver os maridos todos alinhados à porta da loja à espera que elas acabem com aquela orgia de compras e a fazerem contas à vida a pensarem: “porque raio me fui eu casar, para estar aqui plantado à porta da loja e a gaja a gastar-me o dinheiro todo que ganho com o suor do meu rosto”.

E finalmente... O futebol... Ele é ver o típico português atarracado, de farfalhudo bigode e blusão de ganga sentado no café da esquina com uma Sagres ou Super Bock na mão, de olhar vidrado para a televisão e riso alvar a seguir atentamente 22 homens a correr de um lado para o outro no campo atrás de uma bola... Eu gostaria de saber se não sentem a orientação sexual ameaçada por gostarem de ver homens de bom físico a correr de um lado para o outro. Atrás de uma bola... Porque redondo como uma bola... São os tintins... Acho que são tudo gostos bem reprimidos no subconsciente, porque no fundo no fundo, os gajos são todos maricas. É outra teoria a comprovar! E depois é ouvir os berros quando há um golo. Porque eu não preciso de estar a ver um jogo nesta merda desta terra, porque percebo logo os resultados pelos berros e gritos lancinantes que deitam, tal qual urros de besta. E para finalizar, depois de um jogo, há sempre aqueles que não satisfeitos com os urros, vão para a rua de cachecol e se põe a buzinar desalmadamente no carro a cantar a música do clube ou a gritar a sigla do respectivo.

E eu termino assim: inveja tendes vós de não morar aqui, porque na realidade este sim, é um sítio cheio de vida e de calor e de fervilhar de tradições que mo permitem descrever como o descrevo. Desafio-vos a encontrarem características como estas na zona onde moram, que as permitam descrever tão bem como eu descrevi aqui a minha zona!

1 Estrunfes que tentaram tirar o protagonismo:

  • Fonix miuda...
    ò que caralho, k eu rio.me demais ctg, e como ja tive oportunidade de dizer noutras alturas, quando me kero expressar apressadamente e com vontade, são caralhadas e fodasses a torto e a direito...fazê o kê!

    Opah, rais partam pké keu n nasci nessa bela terra, keu gosto tanto de babes shunnings, fico toda molhadinha, até já cpomprei umas galochas, pa kuando os vejos passar!
    Ui, Uiiiiiiiiiiiiii!
    E de resto, usar cores cueca na minha terra saloisa, n é de certeza o mesmo que usar o belo do rosa cueca, na original, no berço, na terra natal! Ah...e só te eskecest duns pormenorzitos de outfit: a bela da rapadura de cabelo, assim aki atrás na nuca...o k eu gostava de fazer isso, mas aki nesta aldeia saloia onde vivo, ng iria compreender! E tem tb akeles elásticos de cabelos grossalhões que dá pa fazer um pitó (isso já se aceitaria, pk a minha avózinha durante mts anos uso, e é pratica comum, aki no almargem, portanto Sras Joakinas, albertinas, conceições, gertrudes, marcolinas, e afins...iria aceitar sem qlq critica o pitó!)
    Ah e já estou a ver este belo belo e pekenito rabioske metido numa calçinha rosa cueca, com riscas de lado k brilham no escuro, e AH, a bela da meiinha branca por cima das calças, em só uma das pernas, e a bolsa Lacoste à cintura ou à tira colo...

    AI AIIIII, lagrima roliças largo eu, toda a santa noite que penso no quão mais feliz eu seria se assim fosse, e se duia fosse o meu segundo nome!


    Ps: olha la fds, tu n fazes mais nd da vida, pa escrever este skilometros todos, POIS NÃO!?
    Raios partamn, k inveja, kero outra vez a minha vida de tardes livres e altamente produtivas a nivel literário...

    By Blogger B.A.B.E., at 10 março, 2006 00:09  

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